quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

fragmento único...

o toque é uma espécie de queda, privilégio dos seres que não temem os abismos... e a cegueira a condição de quem quer realmente ver!

com ficções e outras utopias...

Foi por momentos que o seu olhar me confidenciou o que a sua boca teimava em calar. Gritava por silêncio mas mendigava pela alegria dos prazeres subtis que outrora ostentava na grandeza da sua cegueira.... porém vacilou com a coragem de quem sabe melhor as virtudes da queda!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

com ficções...

O tempo parece que não passa ou já terá passado o tempo todo?

Neste silêncio onde me escuto
vejo o tempo que passa e
parte para outro tempo que já não escuto.

O tempo não tem destino
mas ao chegar trás a saudade de mim.
abraça-me em esplendor e desatino
e parte para um lugar de ti.

Talvez a minha alma lamente
o eterno momento do tempo que não chega
do silêncio que não escutei e
o lugar de ti que nunca vivi.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

f r i o

porque hoje sinto frio, vazio e solidão.
vou consolar-me no calor de um café e deixar-me abraçar pelo fim da tarde.
talvez mais um pouco de nada e ouse perder tudo, talvez!
estarei cego pelo abismo que em mim nasce e grita, por mim fala e cala-me?
ainda escuto mas já só sinto... e olhava, olhava, olhava!

vi a vasta paisagem desértica dos sentidos,
o vazio e a vertigem do silêncio que me veste,
e a solidão morna de uma nota muda que me enlaça,

escondi-me entre desconhecidos mas não encontrei nenhum estranho!

porque hoje não vejo continuo a olhar!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

BIO-grafia

a viatura imobilizada ganhou uma velocidade inexplicável.
procuro volante e travões mas deduzo não ser o único condutor desta máquina.
olhei pelos espelhos e dei-me conta que a estrada me consumia.
ignoro os mapas que me trazem até aqui:
estarei talvez perdido rumando a algum destino que desconheço
mas a viatura mantém-se em funcionamento com uma lucidez que eu apenas persigo.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Estou vivo.
















O Sol cala-me.
De dia escuto a vida sem pensá-la mas é à noite que ao despir-me da matéria do corpo observo as frases a construírem-se quase perfeitas.
Em mim a escrita é pura energia e movimento mas chega ao papel murcha e reduz-se a um mero desenho de letras.
Para mim escrever é pensar.
Para mim comunicar é estar em silêncio.
Fui acordado pelo amor mas continuo tonto pelo sono da morte.
Quero um sol que faça-me gritar: "Estou vivo!"

O chão profano para os teus passos sagrados.

Fitei o Mar crispado com a ânsia de um demónio quando me recusaste uma imagem do infinito. Dei a mão às sombras do Rio porque o teu abraço tardava e com o brilho da cidade nos meus olhos mergulhei no escuro da noite.
Não te tornes impossivel oferecendo-me meras possibilidades...
Não me convides para um lugar onde não estejas aberto ao meu chegar.
De ti espero mais que um momento de lucidez!
De todos os Homens que fui eu sou o que menos conheci.
Sou o olhar dos outros, o instante perdido no tempo esperando por mim.
Sou o espaço que me habita, o eco de uma nota e a pausa entre as palavras.
Sou o chão profano para os teus passos sagrados.
Hoje não tenho mais medos mas também não tenho a vontade de não os ter...

Trilhos
















Há dias que trilhamos caminhos que não previmos, encontramos pessoas que não conhecemos mas sabíamos que existiam, vemos paisagens que apenas sonhávamos.... há dias em que mergulhamos no outro em busca de nós!

Houve dias que ninguém nos viu ou ouviu o nosso grito, sentiu o sorriso que ofertámos, habitou connosco as casas que não eram de ninguém...houve dias que fugia de mim em busca de ti!

Sonhos














Hoje acordei com o toque suave de uma fresta de luz rompendo vagarosamente as sombras do meu sonho. Abro os olhos e continuo a sonhar até que todos os fantasmas se tornem felizes e a luz habite no infinito em mim.
Boa noite.

Um amor para dois.













 
Troco uma revolução por um poema,
um sorriso por uma lágrima feliz,
uma boca cheia de palavras por um mergulho no teu olhar.
Da eterna paixão quero um amor para dois.












Ainda cheio de ti como um Céu pleno de azul.

Trago em mim uma luz dourada.
























Trago em mim uma luz dourada que brilha como um Sol que não entardece e tem a forma do teu ser.
Porque nenhum lugar é longe demais para estar contigo em eternidade e o Universo inteiro testemunhar a intensidade que nos habita.
Quero conter a ânsia de apagar a distância abraçando-te com palavras. .... já sentes a minha boca?
Então calo-me para nos escutarmos melhor.