quarta-feira, 6 de outubro de 2010

f r i o

porque hoje sinto frio, vazio e solidão.
vou consolar-me no calor de um café e deixar-me abraçar pelo fim da tarde.
talvez mais um pouco de nada e ouse perder tudo, talvez!
estarei cego pelo abismo que em mim nasce e grita, por mim fala e cala-me?
ainda escuto mas já só sinto... e olhava, olhava, olhava!

vi a vasta paisagem desértica dos sentidos,
o vazio e a vertigem do silêncio que me veste,
e a solidão morna de uma nota muda que me enlaça,

escondi-me entre desconhecidos mas não encontrei nenhum estranho!

porque hoje não vejo continuo a olhar!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

BIO-grafia

a viatura imobilizada ganhou uma velocidade inexplicável.
procuro volante e travões mas deduzo não ser o único condutor desta máquina.
olhei pelos espelhos e dei-me conta que a estrada me consumia.
ignoro os mapas que me trazem até aqui:
estarei talvez perdido rumando a algum destino que desconheço
mas a viatura mantém-se em funcionamento com uma lucidez que eu apenas persigo.