Estou em absoluto acordo com a tua deriva especialmente quando te referes ao "solo imensurável "das palavras e às "grandezas" ou realidades para as quais ainda não foram inventadas palavras. Esta ultima questão acompanha-me há muito, faz parte de mim e é a base dos meus muitos silêncios.
Quanto ao "solo imensurável" é talvez para mim mais recente e tem vindo a assumir uma dimensão quase religiosa na "medida" em que cada palavra contém em si um poder alquímico de manifestar para o "agora" as realidades / sentidos com que se veste...
Estas duas dimensões remetem-me para um extremo cuidado com que me expresso e em especial com o que penso. Por vezes toco nas palavras com a habilidade de "um macaco numa loja de cristais". Outras, amordaço-me com as amarras de um silêncio sufocante que mantém em ebulição um caldo de lava de sentidos em estado de erupção.
Tenho um profundo medo de me tornar um criador e simultâneamente um escravo do objecto criado... Enfim, qualquer coisa "mal morta" ou num estado de vida sem legendas.
Sem comentários:
Enviar um comentário